O
tempo passou tão rápido pra mim, parece que meus 20 anos foram um
flash.
Ainda
tenho memórias tão recentes de quando nem 20 anos tinha e aonde
foram esses anos todos? Porque a sensação que tenho é que parei no
tempo, mas o tempo seguiu, implacável. Não adianta me perguntar o
que fiz da minha vida essa década que passou, pois isso é regredir
a um antro do arrependimento e angústia e lá ficar sozinha, a
lamentar.
No
entanto, também me custa levantar, sacudir a poeira e dar a volta
por cima… É uma ambivalência de emoções que me neutralizam.
Ainda
me lembro quando tinha meus 17 anos, no auge de uma dor emocional, já
me queixava do tempo… Ah, como eu era ingênua. O tempo, àquela
época, não tinha se revelado impassível como é hoje, mas eu já
falava como se minha vida tivesse formado fatos suficientes para
utilizar a forma verbal do pretérito mais que perfeito. Ledo engano.
E
o que me parecia tão remoto, tão distante, agora é um fato, eis me
aqui saindo da casa dos 20 para nunca mais voltar.
Sempre
achei que a vida era injusta comigo, mas hoje percebo que apenas sou
fruto das minhas decisões (ou indecisões). Tenho 30 anos e não sei
organizar meus sentimentos. Tenho 30 anos e não sei voar com minhas
próprias asas. Tenho 30 anos e ainda estudo. Tenho 30 anos e não
conquistei nada relevante.
Para
a maioria das pessoas, a vida é assim, resume-se em uma lista de
tarefas a ser cumprida. Eu não me importo com isso (não mais).
Agora eu quero me perguntar, a partir de hoje: Marcelle, você está
feliz? Esqueça as metas, por favor. Foque na sua felicidade.
É
o recado que deixo para quem sabe eu ler esse texto quando tiver
passado outra década (e espero que não tenha sido um flash).
No comments:
Post a Comment