Tuesday 17 April 2007

Sonhador



Vinha sempre lamentar na beira do mar, o sonhador!
Ficava horas admirando o horizonte, com seu olhar absorto,
Parecia até q’estava a chamar alguém n’um pensamento morto,
Mas só as ondas vergavam-se aos seus pés, pobre sofredor...

A maresia era a companheira daquele solitário rapaz,
Que perdia noites de desvarios para ali acordado sonhar
Ou seria somente na praia que se sentia bem para pensar?
Tocava as águas negras, do céu em mar, muito apraz!...

Percebia que seus lábios ciciavam palavras d’amor,
Um amor que longe de si sempre estivera...
E suas amenas lágrimas caiam n’areia bela
Q’estava regada pelas escumas e pelo desespero do sonhador!

Ouviam-se rumores dos que longe por ele passavam
E com s’eu olhar cabisbaixo dizia: O que m’importa?
A angústia que carrega n’alma é o que s’eu olhar corta,
O tédio em que vivia por ver igual todos os dias q’idolatravam!...

Assim eram as noites do triste sonhador naquela praia (Que sempre esteve)
A querer, talvez, respostas sobre sua vida futura,
Ou talvez, a querer achar um fim pra s’infinda amargura...
Decerto, sabe deus lá o que for, eu via muito de mim dentro dele!...

Escrito por Marcelle Castro

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