Wednesday 11 April 2007

Perdão



No meu quarto, cuja única companhia que tenho,
É esta amarrotada folha de papel e uma caneta
Meus pensamentos autônomos como um cometa
Surgem nesta enfara maldição q’a cada dia obtenho!...

Sois vós que vaticinais minha vida – Demônios d’ódio
Passo a noite refletindo sobre meus erros ególatras
Chegando a acreditar que não passo d’uma idólatra
Da minha derrota tácita passada como um ócio...

Entre o ocaso que parece eterno e o amanhecer cansado
Meu podre coração ainda é um coração, cansado e arrependido,
D’orgulho q’o desfibrou e o secou, mas chora o sangue prendido,
O pouco q’o resta, até parece uma caixa vazia dentro d’um corpo aleijado.

Meus oblíquos dedos seguram uma carta que sangra
Nela está escrito todo meu desespero triste
Destinada à única pessoa que pra mim existe

Antes escrever sobre linhas tortas tudo o q’inflama
Mesmo que póstumo, um dia precisaria abrir mão,
E dizer em poucas linhas: Minha mãe, perdão!...

Escrito por Marcelle Castro

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