Thursday 12 April 2007

Adeus, amor meu.



Meu anjo imortal, se porventura visses,
Minhas noites fúnebres em solidão
Q’eu as velando sempre vivi,
Não tratarias com desdém meu coração
Que nele habita somente a ti!...

Sigo chorando na noite desditosa
Sem olhar pra trás... E o tão difícil adeus
Fica agarrado ao meu peito sozinho
E sigo lembrando o sabor dos lábios teus
Deixando onde passo lágrimas pelo caminho...

E n’ocaso eterno, perdida, nesta lânguida noite,
Sinto um aperto no meu coração
Porque ainda sinto o eflúvio da tua pele
Exalando de minha roupa, q’aflição!
És tu meu amor até que o contrario se revele.

E, por fim, já que meu fado não me permitiu;
Ao teu lado ter dias d’eterna ventura
Fecho os olhos e espero a teimosa alvorada
Pálida surgir com toda amargura!
Adeus, amor meu. Preciso seguir minha caminhada!

Escrito por Marcelle Castro

No comments: