Meu anjo imortal, se porventura visses,
Minhas noites fúnebres em solidão
Q’eu as velando sempre vivi,
Não tratarias com desdém meu coração
Que nele habita somente a ti!...
Sigo chorando na noite desditosa
Sem olhar pra trás... E o tão difícil adeus
Fica agarrado ao meu peito sozinho
E sigo lembrando o sabor dos lábios teus
Deixando onde passo lágrimas pelo caminho...
E n’ocaso eterno, perdida, nesta lânguida noite,
Sinto um aperto no meu coração
Porque ainda sinto o eflúvio da tua pele
Exalando de minha roupa, q’aflição!
És tu meu amor até que o contrario se revele.
E, por fim, já que meu fado não me permitiu;
Ao teu lado ter dias d’eterna ventura
Fecho os olhos e espero a teimosa alvorada
Pálida surgir com toda amargura!
Adeus, amor meu. Preciso seguir minha caminhada!
Escrito por Marcelle Castro
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