Tuesday 24 April 2007

Momento meu



O amanhecer não tem o mesmo brilho
As horas passam n’uma lentidão milenar
Posso ouvir, as folhas que resvalam n’ar,
No fundo do meu ouvido como um tinido!

Ah! S’eu pudesse ruflar como as aves marinhas
Singraria pelos mares frios a ansiar teus braços!
Ah! As minhas lágrimas são um mar de desabafos
E nessa solidão m’entrego em dores só minhas.

Por que a vida separou d’uma forma tão fria
A minha felicidade, então, tão distante?...
Passo todos os meus dias n’uma envolta incessante,
Tentando não pensar nos meus dias d’uma forma vazia!...

Ah! S’em outras vidas eu cometera pecados imperdoáveis
Cá estou, nesta geena maldita que são os meus dias,
A pagar com a pior dor que algum dia sentira e q’esteriliza
Toda minha ínfima felicidade nessas agonias indesejáveis!

Neste momento que parece derradeiro, pra mim,
Sento e relembro como fora minha vida completa
Até posso esquecer, por segundos, a dor indiscreta,
E sorrir no meio de tantos porquês sem fim!

Escrito por Marcelle Castro

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