Thursday 27 November 2008

laços do fado meu



Tem-me uma imensa predileção,
até nesta tarde que me enfara,
nunca abandona, pois, o meu coração,
e a noite, calma vem, e o ampara.

Sou a que na vida anda sozinha
com o silêncio q'ao meu ouvido definha,
mas relutante já não sou ao meu fado,
deixei-o me abraçar e andar ao meu lado.

Meu pútrido cérebro, funesto,
figura uma óbice à paz,
não me há, então, escape capaz
para libertar meu âmago abjeto,
repleno de apatia e ingratidão,
dos lângüidos laços da solidão.

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