Tuesday, 28 August 2007

Menina e a Saudade


Menina:
Por que me trazes dias em solidão
Se com ele eu tive os mais felizes dias ?
Agora chora inquieto meu aflito coração
Que de dia a noite enleia-se em agonias.

Saudade
:
Não adianta volver-se ao passado
E chorar pelos finitos dias de alegria,
Assim irás tornar tua única vida vazia,
E tu partirás teu coração n’um pedaço.

Menina:
Ainda posso ver o arrebol brilhante
Enchendo meus olhos de felicidade.
Até me esquecendo de ti, saudade!
E agora me resta esta solidão cortante!

Saudade:
É doce reviver o passado em sonhos acordados,
E, porventura, alguém de abstratos sobrevive?
Volta para o teu pesadelo e te esqueças dos passados,
Antes que percas tua alma para sempre num deslize!

Menina:
Oh Saudade! Se tu não fosses cruel, e pudesses me entender,
Mesmo que um dia eu tenha um outro alguém
Ainda sim, o levarei em meu peito até em meu réquiem.
Este amor é como meu sangue e sem me faz morrer...

Saudade:
Quão louca és tu que nem por um minuto o esquece,
Mesmo que a urze venha esmaecer na milésima primavera
Tu continuarás querendo um amor que n’um passado tivera
Que levou tua alma deixando o teu corpo... Que falece!

Menina:
Tu jamais me entenderás, saudade!
Ninguém leva para longe o que já é seu.
Eu sei que ele se foi e que de mim não esqueceu.
Acredito no nosso amor, é uma ingênua verdade!

Saudade:
Sonha, sofredora, sonha!

Menina
:
Sonho com o dia em que poderei toca-lo novamente
E sentir o sabor dos lábios que me atormenta a mente.


Escrito por Marcelle Castro

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