Sunday 27 May 2007

Oh! Perdoe-me o desabafo...



Ainda q'eu fosse eloqüente
Oh, quão dúbia eu seria,
Se exprimisse em poesia
Um amor tão ardente!

Aguardando em lasso
A chegada do meu amado
Os lábios visguentos desejado
As horas são um cansaço!

Os ventos roubam seu eflúvio
Já esqueci às noites inebriantes
Oh, insípido vinho, meu acompanhante,
Em noites tenebrosas como um dilúvio!...

A lua macilenta que orneia o céu
Pálida, ilumina-me mortiça
A pútrida carne virar-se-á carniça,
Servirá de repasto se jogada ao léu...

Oh! Este sentimento aqui no peito
Talhar-te-ia uma imagem tua
Mostrar-te-ia totalmente nua
Assim verias o deus que és em meu leito!

Ainda que fora eloqüência
Este vago desabafo, que tola eu seria,
Dizer em linhas será uma fancaria
O amor que perturba a consciência!

Escrito por Marcelle

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