Saturday 14 April 2007

Cavaleiro



Em todo arrebol, eu sentava e esperava,
Ansiando a chegada da noite triste
Com os ventos frios a alentar meus medos
Esperando o cavaleiro que pelas trevas galgava.

Montado sob’um cavalo de cor negrume
Com seus olhos que brilhavam n’escuridão,
Assistia, fumando meu cigarro q’é minha solidão,
O cavaleiro louco a galopar a procura d’um perfume!...

Mas q’essência seria essa que não o deixava descansar?
O pobre cavaleiro de cor pálida e soturna, fadado
Nesta maldição milenar já c’o semblante derrotado,
Singrava todas as noites com seu cavalo sob a luz do luar!...

Pobre cavaleiro – Disse eu a soltar o último trago do cigarro meu
Nem sabe ele q’está a procurar em terras erradas, que maçada!
Seu tálamo solitário necessita do perfume, que já não existe, da sua amada
Infindáveis noites de procuras por um único vestígio que longe de si morreu!...

Escrito por Marcelle Castro

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