Tuesday, 15 January 2008
Negros olhos...
Era uma linda noite, aquela em as estrelas brilham mais fortes e até parece que nos querem contar um segredo... Um distante segredo calado pela imensidão do universo.
Pelas ruas da cidade, eu andava, acompanhando as sombras das esguias árvores que pelo chão tripudiavam... Até parecia que os ventos e as sombras dançavam ao som d’uma branda melodia... Aquela que somente os que sofrem podem ouvir...
Então, ouço um som molhado, sim... Aquele rio que todas as minhas lamurias carrega.
Ponho-me a olhar à água gelada... E lá vejo, torcida, minha face.
Aqueles olhos distantes me diziam que ali só havia ele e, talvez, eu.
Então, sinto um toque gelado em meus ombros que arrepiara até meu pensamento, e vejo... Aqueles olhos negros...
Nem os ventos, nem o som das águas, árvores... Ousaram quebrar aquele momento... Tão meu, tão dele...
Levantei-me e ele sorriu e com um toque em minhas mãos pude viajar em um segundo pelo mundo... Ri-me daquela sensação que nunca antes sentira... A felicidade.
Como uma forte lufada inesperada carrega as folhas das árvores... Da mesma forma aqueles olhos desapareceram...
Olhei novamente para o rio... E lá estávamos nós, sozinhas...
Então sorri de leve e entendi... O quanto àqueles negros olhos mentiram.
Escrito por Marcelle Castro.
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