Ah! Quem me dera se olhos eu tivesse
Que pudessem, como todos, ao mundo enxergar!
Ah! quem me dera s’eu morta fosse e olvidasse,
Da cegueira longínqua e da vida a definhar...
Vós sois peças d’uma grande charada
Cada olhar se encaixa ao outro moribundo!
Mas sou cega e não tenho olhar, a escusada!
Não pertenço, pois, ao olhar do grande mundo!
Ah! Quem me dera s’a esses olhos eu não tivesse
Que me afasta da profunda ilusão!
Quem me dera se minha poesia pudesse,
Despertar o mundo e assim começar uma nova visão...
Escrito por Marcelle Castro
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